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domingo, 25 de dezembro de 2011

Meus outros BLOGs

Um convite deste que lhes escreve: visitem meus dois outros BLOGS; eles só existem porque tenho a vaidade de escrever, leiam-nos. Ter leitores é a ilusão do escritor.   


www.poemasinconjuntos.com.br


www.ricordanza.blogspot.com.br









FELIZ NATAL [2011]

FELIZ NATAL





na véspera de Natal vaga a saudade
de velhos amores de tantos amores
de olhares brilhantes mirando desejos
fantasias como o cavalinho de pau


saudade de meus avós mitos do amor 
saudade da ternura dos olhos de meu pai
lembrança de alegria
em torno à mesa à espera do brilho 
da árvore dos presentes
Natal de quem fui  


na véspera deste novo Natal são meus netos
Aninha Alice Pedrinho e...
Lucas
que em breve estará 
futuro de um presente feliz
Natal de quem sou


sou também nesta véspera amigo
amigo de meus amigos
no solidário abraço de afeto
a lhes desejar o Bem
e o Bom do ano que vem


salvo o abraço apertado
para quem no futuro nem tão distante
vencerá etapas do conhecimento 
para ganhar a vida do Bem
com dois jovens amigos fica a memória do coração
de quem os ama também. 


Feliz Natal!




23 de dezembro de 2011.

2011. Dia de Natal: Conselho a jovens amigos

Duas mensagens de Natal para jovens amigos:


[1] para Fabinn via Facebook:  

Bom dia, Fabinn, penso em você e em todo o bem que me faz, penso em sua vida e no tanto que precisa viver, para afirmar o que de bom existe em você. Penso em seus futuros: o futuro do presente e o futuro remoto, para dizer-lhe com convicção que o futuro imediato definirá as bases do futuro remoto. O que já aconteceu é passado e como passado deve servir de lição: dele reconheça a adversidade, o erro e os acertos, dele identifique as bondades, dele apreenda o valor da verdade, o real significado de lealdade e a necessidade de você se cuidar. Seu futuro é só seu, mas no dia de Natal faço-o um pouco meu nisso que é o presente que afetuosamente lhe dou de tudo que melhor tenho, para o apoiar. Você é guerreiro, um guerreiro lutador, há de aprender com a vida que viver é lutar! Um beijo de Natal de seu verdadeiro amigo Flávio."


[2] para Fausi, pela mesma via:


Fausi, neste Natal quero dar-lhe um beijo de amizade real. Você construiu em mim a esperança e faz de você um exemplo. Seu vigor intelectual natural o levará a realizar um futuro criativo, capaz de fazê-lo feliz. Assistirei de cadeira sua evolução, que já existe, a olhos nus. Seja forte, apaixone-se, ame a vida e tudo que ela lhe dá, viva o momento com intensidade, afirme e reafirme o que quer, sem jamais deixar de lado seu caráter forte, sua auto-estima e seu orgulho de ser quem é. Do seu amigo mais velho, Flávio






Rio, 25 de dezembro de 2011.









sexta-feira, 8 de julho de 2011

Notas aleatórias sobre poesia na NET



Li um dia num manual de língua e literatura uma pérola rara de incompetência, na tentativa de definir poesia. Transcrevo: “A poesia é a arte de compor palavras e dar-lhes ritmo, utilizando os recursos da rima e da métrica”. Não está errado o que aí se diz, mas de meu ponto de vista reduz a poesia a um jogo de rima e métrica, o que me parece falso.
Engessa o poeta.
Ao contrário, o poema liberta o poeta e tem vida própria.
Ultimamente leio poetas de alguma qualidade que aparecem e desaparecem na tela de meu monitor, via Internet. São gente de bom gosto, mas que talvez não tenham parado um momento para pensar no que escrevem.
Vejo tentativas de compor frases seja com rima seja com métrica seja finalmente sem rima e métrica, mas com recursos muitas vezes apenas combinatórios, juntando de forma inesperada [e muitas vezes sem sentido] substantivos e adjetivos de possível valor poético, individualmente,  mas que, combinados, soam falsos. Mimicam poesia priva entretanto de sentido lógico ou metafórico.
Leio com/sem surpresa ensaios de aproximação com a literatura oriental, japonesa em geral, o que me parece bem, mas essa é empreitada delicada para quem não vive as realidades culturais desse oriente. Leio gostosos poeminhas de curto fôlego, insinuantes, significativos, mas o mistério poético do Hai-Kai só os originais japoneses conseguem. 
O problema da tentação do discurso, que desmancha o poema, há-de ser enfrentado. Um poema não necessita receber frases finais que expliquem o que sente ou pretende o poeta. Ao contrário, talvez devam deixar ao leitor a sensibilidade de interpretar [ou sentir].
As liberdades que muitos assumem levam a um interminável experimento sem resultados. A poesia lê-se com os olhos, mas percebe-se na imaginação. O ritmo é interno, o poema nisso é um mistério a ser decifrado pelo leitor e, quando entendido, talvez seja um novo poema que não tem a ver necessariamente com a idéia do autor. É no trânsito entre autor/texto/leitor que acontece a poesia.
Essa é a idéia da liberdade na poesia. 
Continuemos entretanto tentando, porque isso nos dá vida, mas busquemos a inspiração dos mestres para criar. A criação avulsa, a descoberta do novo, só os gênios conseguem. 

Rio, julho de 2011.




domingo, 3 de julho de 2011

O BEM [reflexões quase poéticas]

DOMINGO, 3 DE JULHO DE 2011

O BEM









estou aprendendo a deixar-me ser eu mesmo
o humano amor respeito entendimento
e a paz de espírito com a experiência do mundo


curso o caminho que leva a toda parte
mas escolho a companhia
e decido a cada passo meu destino
sempre seguido da Esperança


amo gente e vivo personalidades não ilusórias
voltadas para o real e a luz serena
do amor que acontece rebelde às formas
surpreendente


nao nutro minha vida de disputas
contento-me em ser quem sou
sem títulos sem passado mas experiente
a ensinar a quem pouco sabe
o nada que aprendi
e tem a angústia de crescer


passa por mim o vento
leve brisa às vezes que dão vida
ao vôo longo e ao inefável eco
dos fatos que vivi


deles me liberto mas espalho o sêmem do saber
cuja caridade é infinita
e a gente desprovida ansiosa de o ter


busco o eterno que hei de encontrar em vida
nas linhas e entrelinhas cá da terra
um dia partirei sem dizer nada
ficarão palavras de fé na gente simples
e a lembrança de um velho amante
do que lhes faltava
do que era premente


alguns maliciosos pensarão
ter explorado o velho
mal sabem saberão
que a vida entrou-lhes sem pedir licença
e seus gestos e falas transformaram


serei feliz de ser lembrado
difusamente
como alguém que quis o bem


Rio, julho de 2011.

quinta-feira, 5 de maio de 2011

REFLEXÕES EM CAMPO ABERTO:é possível definir poesia?




REFLEXÕES EM CAMPO ABERTO: é possível definir poesia? [Flávio Perri] - original no FaceBook em VIDRÁGUAS

VIDRÁGUAS e Carmen - reflexões em campo aberto



Abrir caminhos derrubar trincheiras liberar. Reconheço a arquitetura deste espaço de aventuras a desvendar segredos de tantos egos desconhecidos em palavras que lhes dizem à alma. Creio na aurora de muitos sóis, acredito na liberdade de dizer mesmo que às custas de não ser compreendido, sei que a criação existe no mito da sensibilidade e a música, sem palavras, dá-nos o tom e a melodia que é puro ouvido...do espírito. Assim é a poesia de todas as paixões ao não dizer tudo e insinuar muito, a música que ouvimos também se escreve no ritmo interno das idéias e sensações. Aconselhava o poeta em frase clássica "deixe crescer a semente que Deus plantou na tua alma/ e tua posteridade tranquila se multiplicará/ na proporção das areias do mar e das estrelas do céu". Por vezes, sentado à beira de um verso medito para descobrir o que me induziu a escrevê-lo e não descubro senão que não fui eu que o escrevi, mas minhas mãos guiadas por desígnio ignoto a vir de não sei onde para alcançar não sei o que, mas sinto a música formal ou virtual no que as mãos souberam dedilhar. Não há princípio [por isso meus versos jamais começam com letras maiúsculas] nem nada se termina [por isso não há pontos finais] e as palavras jogam livres ao sabor da força que as atrai antes o depois de escritas [e isso é uma tarefa do leitor]. Caos, diriam os puristas gramaticais, ignorância das regras, pensariam os exegetas escravizados pela forma lexical. Assim entendo o pouco que pensei no muito que há a pensar e, em meu degredo, envolto em nuvens, descobri o valor de escrever [o que sinto? Não sei] sob o comando apenas da percepção, que é um momento. Alguns buscam autobiografia, outros sentimentos, mais além descobrem pensamentos, mas nada disso há, são palavras lançadas ao vento do alto de um navio que navega um céu aberto e encontram o leitor em praia onde se derramam domadas em seu eterno vai-e-vem. Palavras vão palavras vêm palavras ficam gravadas pelo valor que têm na vivência do leitor. Serão sempre poucos mas serão amantes a quem beijo a boca com minha frase em longínqua poesia: "poesia é como o beijo tudo que dos lábios se deseja".

Flávio Miragaia Perri, maio de 2011.