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sábado, 19 de agosto de 2017

PSDB E GOVERNO TEMER


Reflexões sobre o papel do PSDB em crise interna.


 Interpretei a carta dos economistas pelo aspecto ético de seus pleitos. O Governo Temer faz-nos temer o desastre institucional por haver sido formado sem compromisso real com o combate à corrupção, hoje tema que permeia toda a realidade política do país. Os fatos estão postos desfavoráveis à composição do Ministério, na realidade produto do "governo de cooptação", que troca cargos e funções por apoio político sem censuras, os fatos não ajudam Temer, ele próprio envolvido num episódio no mínimo pouco digno de sua alta função: receber à noite, na residência oficial, um homem a quem dias depois chama de "bandido" e de "falastrão". Faltou percepção ética. 

2. Creio ser esse aspecto que suscitou a opinião dos economistas.                        

3. Compor o Governo, para o PSDB, não acrescenta, mas pode comprometer. Apoiar as medidas saneadoras e modernizadoras aos poucos implementadas por Temer e seu hábil manejo do Congresso parece-me natural e desejável. São medidas a favor do Brasil, vislumbram um futuro estável por sobre o que fundar o desenvolvimento humano, social, econômico, ambiental. Esse é um papel que cai bem para formação ou reafirmação dos compromissos do PSDB com o país. Não parece necessário participar do Governo. Basta apoiar suas boas iniciativas. 
                       
4. Ao contrário, tratarei rapidamente de Política Externa, como uma citação apenas, mas a Política Externa de Serra ou de Aloysio Ferreira em nada acrescentaram ao renome do partido. Serra melhor que Aloysio, mas sem expressão qualquer dos dois. Melhor não estar no Governo para o papel que desempenharam ou desempenha ainda Aloysio.                    
    
5. Falta a Aloysio Ferreira a coragem de assumir uma posição brasileira, clara e nacional, sobre o que vemos na Venezuela. Para mim, estamos muito aquém do que poderíamos fazer e tudo que parece positivo Aloysio esconde atrás do nome do Mercosul, que presidimos neste semestre. O Chanceler do PSDB parece ter receio de ser assertivo em nome do Brasil e deixa de tomar medidas que poderia tomar, para bem caracterizar a política que vem defendendo em nome do Mercosul. 

6. De que se trata? Medo de atacar um Governo que alguns chamam de esquerda? A Venezuela de Maduro é apenas uma ditadura - e nas nossas barbas -, na fronteira Norte, justo região onde o país tem presença mais fraca e permeável ao ingresso de todo tipo de ameaça, do terrorismo ao narcotráfico e à própria subversão de valores democráticos (imagina MST, CUT, ALN e Farc - ainda irredenta em parte, colombianas -, com milícias bolivarianas...!!!). Porque o Chanceler do PSDB não toma iniciativas nacionais, que nos interessam vitalmente, mais que ao Mercosul. Podíamos fazê-lo e acrescentar o bem feito ao PSDB, mas isso não acontece.                        

7. Apenas como esboço de uma política do possível e do interesse nacional, para acrescentar razões de o PSDB estar no Governo Temer: está bem na hora de a diplomacia brasileira assumir uma posição dura em relação à Venezuela de Maduro, (1) retirando os diplomatas da Embaixada do Brasil em Caracas, determinando a queima dos documentos sigilosos e a entrega dos arquivos a uma Embaixada de país amigo que permaneça em Caracas; (2) para proteger brasileiros que vivam no triste país, manter um setor consular aberto, adido à Embaixada escolhida para guarda de arquivos; (3) em busca de um renome perdido de nossa diplomacia, coordenar-se com países sul-americanos especialmente, para constranger Maduro e seus asseclas, pela via diplomática, em todos os foros de significado no caso, inclusive os de defesa dos Direitos Humanos e de relevância econômica e comercial; (4) para não ignorar os sofrimentos do povo venezuelano, deveríamos atuar nos foros e organizações internacionais de militância humanitária e redobrar nossa contribuição por meios internacionais em matéria de alimentos, medicamentos e voluntariado na área da assistência médica; (5) no plano interno, deveríamos assegurar a incolumidade de nossa fronteira Norte, coordenando políticas e ações internas com outros Ministérios igualmente responsáveis: Justiça, Defesa, etc.           

8. Em resumo, há o que fazer se o PSDB deve estar no Governo, mas muito o Partido da Social Democracia Brasileira teria condições de defender apenas na trincheira política, no Congresso e em militância política envolvendo a opinião pública.  Também em matéria de Política Externa, mas não se submeter a essa política de panos quentes que nos amordaça como país democrático e de tradições diplomáticas significativas.                        

Rio de Janeiro, 19 de agosto de 2017

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