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sábado, 29 de maio de 2010

UMA DIVAGAÇÃO SOBRE MÃES





MÃES [da mitologia ao fato]

Tenho horror da paixão antecipada da mãe. Os filhos não nasceram e lá estão as Jocastas atentas para como vai ser o aniversário de oitenta anos do pimpolho que não deixou o útero. É como se esperassem eternamente prestar assistência aos monstrengos que criam.

Londres está cheia de mães, cada pessoa tem uma [ou teve] a circular pela mão esquerda entre ônibus vermelhos roncando suaves o cachimbo dos pais ausentes na fumaça inexistente. Mãe é mãe.

As brasileiras exuberantemente abundam quando felizes na Mothercare de Oxford Street quando complicadas nos balcões do Consulado do Brasil em St. Alban’s quando abismadas nos morgues da cidade maldita.

Aprendi a amá-las cedo quando tinha a minha desconfiei quando iniciei meu aprendizado do mundo odiei ao ser contido e educado para a vida sexual. Mãe nenhuma quer que o filho trepe e quando pilhada em flagrante declara sua preocupação com as doenças sexuais.

Aqui vejo todas com olhos de quem não quer compreender seus motivos nem simpatias pelos motivos. Os filhos saem piores do que elas se são fêmeas e viram mães. É uma sucessão de coroas que ornam cabeças enquanto as cerceiam. Aqui tem até Rainha mãe enquanto a mãe do futuro Rei nem sequer pensa que isso possa acontecer e continua sentada no trono deixando o filho envelhecer porque para ela ele ainda é uma criança por educar. Não quer ver a outra mãe ocupar-lhe o lugar.

Tenho simpatia pela mãe de meus filhos, porque aprendi a gostar deles depois que desabaram da barriga dela e passaram a me chamar de pai. São adoráveis meus filhos e parecem ter tanta fixação pela mãe que nem se dão conta de quanto ela os controla. Como as outras só que essa é minha mulher.

Dia das mães, escrito intemporal em maio de 2007, repetido e revisto em 2010.




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